terça-feira, 15 de abril de 2008

A Lenda do Marquês do Phunicular

A Lenda do Marquês do Phunicular

" Diz a lenda que em 1868, quando os ingleses haviam inaugurado a SPR, um Lord do Reino Unido veio visitar a obra de engenharia britânica na América do Sul.
Uma semana antes dele se hospedar na vila, há citações de névoas envolvendo o morro onde mais tarde fora construido "Little Castle".
Esse Lord era amigo do então Engenheiro D.M.Fox e durante a visita, ficou muito bem impressionado com o que viu...
Ele era de família nobre... tinha um título nobiliarquico importante... Mas os registros dessa época não informam exatamente qual era o título oficial...
Registros verbais evidenciam que todos o chamavam de "Phunicular Marquis, ou em tupinambá pau-brasil, por " Marquês do Phunicular ", devido a sua característica de visitar locais onde haviam sistemas funiculares em operação.

Pouco tempo depois, já de volta a sua terra natal, perdeu-se o contato desse Lord com a vila de Paranapiacaba e seus patrícios administradores... embora ele tenha participado ativamente das etapas finais de construção da ferrovia. Existe uma placa com dados contraditorios aos registros locais, mas de confirmação entre antigos funcionários, que teria sido o Senhor Marquês o responsável pela parte técnica das obras na serra... Um dado importante !!! Não existem registros oficiais de que tenha falecido nem no Reino Unido e nem em outros países do mundo !!!! o pouco que se sabe é que se mudou de Londres para a província de Yorkshire, pois o material ingles era similar ao que tinha visto aqui no Brasil... Ele tinha gostado muito dos carros de passageiros, vagões de carga de dois eixos e principalmente das locomotivas 0-6-0 construidas em Manchester, sua terra natal...




Em 1914, existem fragmentos de registros sobre nova ocorrência de névoas abraçando "Little Castle" e na semana seguinte, outro relato do tal " Marquês do Phunicular "...
Porém, ele não viera de modo convencional...
Surgiu descendo as escadarias da nobre casa da Superintendência Mor em um concerto de piano que estava em andamento em uma úmida e escura noite de sexta-feira...
Todos ficaram admirados:alguns pensando que o cicerone o havia convidado... Um Lord Imperial, com trajes impecáveis, e com um belo anel de esmeralda verde...
Permaneceu por toda a noite no concerto, mas no dia seguinte... desapareceu !!!
Registros indicam que nobres moças, filhas de Barões do Café, que receberam honrosos beijos na mão em sinal de cordial e majestosa educação de berço imperial, confirmaram que o tal Marquês era de carne e osso !!!! Como poderia desaparecer assim ? da mesma forma que apareceu ? No ano seguinte, mais alguns relatos, porém de menor intensidade... algumas aparições nas machinas da serra, locobreques apitando sem que estivessem acesas... e depois disso... nada mais...




Depois de alguns anos, em 1960, nova ocorrência da névoa absorvendo "Little Castle" e... uma semana depois, durante um concerto comemorativo, outra aparição em uma das sacadas do "Lyra Serrano Union Club" desse Nobre Lord... Ele surgiu da porta do camarote. Permaneceu de pé por alguns minutos, observando a todos no salão...
Trajava luxuosas roupas imperiais, de tom verde SPR, meias alvas, finos sapatos britânicos, e um chamativo anel verde... de esmeralda !!!
Permaneceu sentado e quando foram recepcioná-lo, havia sumido...
Novamente no ano seguinte, já em um baile de aniversário do clube, a figura imperial da sua brilhante cabeleira branca e seu laço negro são vistos de sopetão cruzando o palco do Lyra Serrano, por trás da orchestra. Todos pararam a valsa e apenas a orchestra continuou, quando surge diante do maestro em um piscar de olhos e... simplesmente lhe pede a batuta para reger a orchestra e comandar o espetáculo. Depoimentos gerais sinalizam que o Letrado Lord regeu por duas horas seguidas clássicos sinfonicos renomados com a precisão de um grande mestre... Ao final, após agradecer o público e ser ovacionado pela platéia presente, simplesmente desapareceu sem deixar vestígios...

Em 2006 o fenômeno se repete. Alguns dias antes da realização de outro evento de suma importância local, o primeiro encontro nacional de ferreomodelistas e simpatizantes da causa na vila de Paranapiacaba, um dos membros da confraria férrea efetuou registros da rara névoa sobre "Little Castle" e...para espanto geral da nação, surge em carne e osso o tal do "Marquês do Phunicular", tanto virtualmente pelas listas de discussão como em carne e osso no camarote imperial do Clube União Lyra Serrano... Depoimentos demonstram que o nobre Lord realmente era real. Além de Marquês o Senhor dos Phuniculares pediu para o coordenador do evento sair da frente do computador para que ele, pessoalmente, de forma imperial e serena, tabulasse os dados do concurso... Depois, mostrando poder e glória típica dos grandes Lords, ainda subiu ao palco e foi o mestre de cerimônias entregando pessoalmente os prêmios, aparecendo inclusive em todos os telejornais locais e internacionais. Há registros desse ocorrido inclusive no banco de dados da agência Reuters o que é uma prova incontestável de sua materialização nesse dia.Depoimentos de diversos inscritos registram que o Lord adorou o tal passatempo da arte de modelar trens que literalmente aderiu à causa... Embora não tenha aparecido desde então, o phaz apenas pelo modo virtual, ou em raras excessões...

Em 2007, no segundo encontro nacional de ferreomodelistas, fortes rumores pairavam sobre a vila dizendo que ele estaria novamente presente em Paranapiacaba, porém agora em trajes de gala e estandarte imperial... Faltando alguns meses para o evento, O Lord, como a Fenix resurgindo das cinzas, apareceu e passou a frequentar algumas listas de discussão !!! O Lord Mayor de Paranapiacaba em ato nobre atende a plebe local, modela, compõe versos infindáveis e...até participa de concursos. No último deles, disfarçado de plebeu paulistano ( Jenas indigo blue, cueca zorba, meia hering, camisa esporte e cinto e sapato de Franca ), simplesmente levou para "Little Castle" duas taças, sendo uma a de melhor modelo da magna SBF... Fora reconhecido no ato da premiação quando sacou seu óculos John Lennon Black Dark e os colocou, diante dos flashes... ( Esse é seu ponto fraco... peça uma foto com ele que ele já se acomoda em sua posição imperial clássica e sorriso fitnessssss with your dark glasses!!!! )

Mas nem tudo foi festa... A associação britannica dos fabricantes de trenzinhos infantis e o fã clube europeu do Thomas, the tank engine solicitaram através do Itamaraty, documentos, registros e informações sobre a decapitação sumária de três locomotivas da série e de pelo menos uma dúzia de vagões de carga... Oposicionistas hereges ( principalmente pediatras e banqueiros ) fizeram a denuncia, provavelmente pelas cenas de indefesas cabeças decepadas, dos inúmeros tutoriais mostrando a brinquedofissina e massivas sessões de imagens imperiais que o nobre Lord se põe a fazer em prol da disseminação de conhecimentos entre a plebe ignara... mas como esta republica é justa e magna, todos os pedidos internacionais foram devidamente "encerrados"...

Caravanas de seguidores se formaram havendo migração a pé no dia do evento imperial, o qual bateu record de público e de modelos expostos. A administração local da vila demonstrou preocupação pela quantidade de pessoas que se fizeram presentes e em acto extremamente raro, providenciou antecipadamente viaturas do CET e Guarda Civil que orientaram com cantigas de paz e ordem a peregrinação. Houve inclusive um ato em solidariedade ao Senhor Marquês, com uma decaptação simbólica de mais uma locotanque Thomas, para marcar o início de outra modelagem SPR. Além desse ato em prol do hobby, o Baronato local presenteou o Lord Imperial com uma estátua em comunicado surpresa durante a premiação, o que gerou grande comoção entre os presentes e do próprio Marquês.

Assessores imperiais não conseguiram que o Senhor dos Planos Inclinados fizesse a prometida caminhada com diversos adeptos fashion, até o Museu Funicular por motivos de segurança. Havia uma informação por parte da Scotland Yard que o beijoqueiro estava presente entre a massa plebéia e que seria deveras repugnante o Lord ser atacado pelo demente. Mas o Senhor Marquês prometeu que no próximo encontro, phara a caminhada em comitiva junto com a segurança em um trenzinho amarelo do local devidamente alugado para tal...

Corre pelos quatro ventos do reino que foram sorteados mais de Ph$ 1.500,00 ( Hum mil e quinhentos Phuniculos ) em prêmios obtidos grande parte por doações de todos os segmentos da confraria. Também se comenta que a programação cultural do dia esteve repleta de atrações hereges e crueis, como mostra de fotos, filmes, slides e clinicas de ferreomodelismo bem radicais. Mercadores Persas estiveram presentes oferecendo todo o tipo de produtos para atender a demanda da plebe local e inter-estadual e a venda de vagões comemorativos phoi magna, ocorrendo phalta de productos com geração de calor pela obtencção das últimas unidades amarelas... Plebeus locais e estrangeiros que se prostraram diante do Senhor dos Planos Inclinados e que beijaram seu anel de esmeralde Verde SPR dizem que quando tocaram com os lábios a pedra magna, um phorte calor subiu pela espinha e uma voz interna gritou: Hereeeeeeeeegeeeeeeeeeeeeeee !!!!!

Em coletiva ao phinal do evencto, ao ser questionado sobre os detalhes que fizeram o sucesso desse encontro, o magno Lord apenas sorria, abaixava os olhos mui humildemente e após alguns segundos observando o interlocutor, dizia suavemente: - "Quem viveu, viu.... Quem não veio, se arrependerá quando ver as imagens e ouvir as histórias !!! " Após proferir essas palavras, uma névoa envolveu o Clube União Lyra Serrano e... como que em um passe de mágica...novamente desapareceu sem deixar vestígios... Segundo depoimento de testemunhas, o Lord desta vez continua a frequentar as listas e a atender os plebeus ignaros ajudando com sua nobre e imperial cordialidade todos os plebeus que suplicam inphormações...

E assim se fez a lenda do Marquês do Phunicular.... "


O Sistema Funicular

O sistema funicular

( Por Renato Gigliotti, Excelentissimo sr. Marques de PNP )




Um funicular é um carro de cabos que circula sobre carris; a sua principal função é o transporte de passageiros ou carga ao longo de encostas. Uma linha de funicular é normalmente constituída por dois carros puxados por um cabo de aço, um em cada extremo da linha; partem ao mesmo tempo numa linha única, a meio do percurso a linha divide-se em duas permitindo o cruzamento. O nome deriva do latim, funiculus, diminutivo de funis que significa "corda".

O sistema funicular no Brasil



Para vencer a grande altitude da serra do mar de São Paulo sem criar um trecho excessivamente longo, os ingleses da São Paulo Railway adotaram um sistema funicular, o hoje conhecido por Primeiro Funicular da Serra construído em Paranapiacaba, subdistrito de Santo André.
Esse sistema vencia os quase 800 metros de altitude da Serra por meio de 4 planos inclinados, com 10% de inclinação cada plano, totalizando um percurso de 8 quilômetros. A cada plano, a composição trocava de máquina para prosseguir viagem.
Apesar de parecer um sistema fascinante, o funicular foi duramente criticado por Sud Mennucci, que o considerava um “(...) estapafúrdio trambolho (...) que só o tradicional carrancismo dos ingleses admitia e conservava.” (MENNUCCI, 1947: s.p.), superado com vantagens pela simples aderência do ramal Mairinque-Santos da Estrada de Ferro Sorocabana, construído em 1935.



O primeiro sistema funicular, que foi denominado de Serra Velha, iniciou atividade comercial no ano de 1867, quando a Sao Paulo Railway começou a operar. Esse sistema comportou o tráfego de passageiros e cargas até a década de 1890, quando um segundo sistema funicular, de maior porte, começou a ser construído. O novo sistema foi denominado de "Serra Nova". Começou a operar em 1901.
O 1º Sistema Funicular ou Serra Velha, constituíu-se na construção de quatro planos inclinados interligados por patamares, onde estavam instalados um sistema de máquinas fixas acionando os cabos de aço, que puxavam a composição ferroviária.
Nos chamados patamares, eram efetuadas as trocas dos cabos de sustentação e assim a composição novamente subia ou descia a serra, agora sendo tracionada por outra máquina fixa, colocada mais adiante. Cada máquina fixa estava localizada numa extremidade superior de um plano inclinado.
Plano inclinado é a denominação dada a um trajeto percorrido por uma composição ferroviária, que vencia uma subida íngreme com o auxílio de máquinas a vapor fixa, que tracionavam um grosso cabo de aço que era amarado na composição e que auxiliava na subida ou descida naquele trecho.
O primeiro sistema funicular era composto por quatro planos inclinados e tinha 8 Km de extensão.




O sistema tinha o apoio de um vagão especial chamado locobreque, em que cada lado do vagão dispunha de garras na sua parte inferior. Assim, se algum cabo arrebentasse, essas garras engatavam nos trilhos, impedindo que a locomotiva despencasse serra abaixo. Inicialmente este vagão não tinha força motriz. Quando a Serra Nova entrou em operação, o vagão passou a ter força motriz.






O 2° sistema funicular ou também denominado, "Novos Planos Inclinados", possuía cinco planos inclinados.
As novas máquinas de tração, também eram a vapor e também eram muito maiores para puxar uma maior carga.
As locomotivas para esse sistema eram as Locobreques, que podiam se movimentar facilitando as manobras nos patamares...

Agora detalhes técnicos dos dois sistemas:

Serra Velha ( Atual Cremalheira ): 1867 ( 1974 ) :
Sistema que usava o serra-breque: A primeira linha da serra construida pela SPR e aberta para o tráfego em 1867 utilizava o sistema "tail end system" que era muito utilizado nas estradas de ferro do norte da Inglaterra, junto a fronteira com a Escócia. Haviam dois cabos de tração, de ida e volta, tracionados por máquinas a vapor que em plena operaçào eram capazes de transportar de três a quatro vagões por viagem. A via permanente era composta por três trilhos, entre os quais corriam dois cabos de tração, de ida e de volta, guiados por meio de roldanas. O trilho central era comum às linhas de subida e descida dos trens, e bifucarva-se no meio de cada plano inclinado para permitir o cruzamento dos trens. Dessa forma, para a subida e descida da serra as composições eram fracionadas e percorriam o trecho a uma velocidade aproximada de 10 km/h. Em cada grupo havia um carro-freio ( o tal do serrabreque ), com um dispositivo de segurança com sinalização elétrica, muito avançado na época, que acionava um freio contra os trilhos em caso de emergência.
Para esse sistema, haviam 4 seções ( patamar e plano inclinado ) com uma casa de máquinas em cada seção; nos patamares intermediários haviam duas máquinas a vapor em cada casa e nas extremidades da serra a casa de máquinas havia uma máquina a vapor. O aspecto interessante desse sistema é que o vagão serra-breque ficava ligado entre o cabo e os carros/vagões a serem transportados, ou seja, os carros/vagões ficavam pendurados no vagão serra-breque.




Serra Nova ( Atualmente desativada ) : 1900:
Sistema que usava o loco-breque: Já quando foram feitas as obras de duplicação, em meados de 1900, foi construida a chamada linha da "serra nova" cuja abordagem de equipamentos foi modificada, utilizando-se o sistema "endless rope" que era mais moderno e seguro. O cabo de aço era contínuoi e se mantinha esticado por meio de um contrapeso existente em um poço junto a casa de máquinas. Haviam para esse sistema 5 patamares e para cada grupo havia uma locomotiva-freio ( a famosa loco-breque ), também com um dispositivo de segurança que freava a máquina em caso de emergência. Uma das vantagens desse sistema era que a locomotiva-freio podia se movimentar sozinha, o que agilizava as operações entre os patamares e elliminava as manobras de conexão de cabos do sistema inicial. A conexão nos cabos era feita por uma espécie de pinça existente na loco-breque que se prendia ao cabo e conectava a composição ao sistema de cabo sem fim do respectivo patamar.




Nesse sistema, com 5 seções ( patamar e plano inclinado ), foram construidos 16 viadutos e 13 tuneis. O percurso ficava na parte superior da linha chamada "serra-velha", por motivos obvios. O aspecto desse sistema, além da movimentação dos carros-freio ( as novas loco-breques ) eraque o posicionamento desses dispositivos móveis de conexão ao cabo de aço tinham sido alterados de forma a garantir mais segurança à operação, ou seja, a loco-breque empurrava os carros/vagões quando subia ou segurava os carros/vagões quando descia o respectivo patamar.

( Extraido e adaptado do livro "Café, Ferro e Argila - Fábio Cyrino - pg 86 ~ 120 )
( Extraido de http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_funicular )


terça-feira, 1 de abril de 2008

Maquete da fabrica, Confraria do Trem - RJ

























































Fotos do meu amigo Kleber Nunes Angelo.